Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos,
mas não sois capazes de as compreender agora.
Quando, porém, vier o Espírito da Verdade,
ele vos conduzirá à plena verdade.
Pois ele não falará por si mesmo,
mas dirá tudo o que tiver ouvido;
e até as coisas futuras vos anunciará.
Ele me glorificará,
porque receberá do que é meu
e vo-lo anunciará.
Tudo o que o Pai possui é meu.
Por isso, disse que
o que ele receberá e vos anunciará, é meu”.
O Pai – o Filho – o Espírito Santo.
Divina Unidade da Trindade.
Cristo pronunciou este mistério com palavras humanas. E o deixou ao Espírito Santo, na sua vinda: “Quando… vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena” (Jo 16, 13).
Cada um de nós é introduzido nesta “verdade plena” já mediante o Batismo.
Vivemos desta verdade diariamente, quando começamos a oração e o trabalho “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
Por que, ao pronunciar com essas palavras o nome do inescrutável mistério divino, o nome do Deus vivo que É, fazemos ao mesmo tempo, na nossa fronte, nos ombros e no coração, o sinal da Cruz?
Porque a Cruz é a última palavra do mistério trinitário de Deus na história da salvação do gênero humano.
Quando Cristo diz do Espírito Santo: “receberá do que é meu e vos anunciará”, essas palavras se referem de modo particular ao sacrifício da Cruz.
Deus vivo entrou definitivamente na história da criação, na história do homem, precisamente por meio desse sacrifício.
O homem, ao observar a arquitetura do cosmos, aprofunda-se nas profundidades da eterna Sabedoria do Criador.
O homem, ao olhar para a Cruz, conhece o amor que permeia essa Sabedoria e toda a sua obra.
Conhece o amor que foi derramado em nossos corações por meio do Espírito Santo (cf. Rm 5, 5).
Conhece que “Deus é amor” (1 Jo 4, 16).
Por isso, o Espírito Santo nos foi dado… foi dado aos nossos corações. Foi dado na Cruz de Cristo, no seu sacrifício redentor.
Deus é amor. Eis o nome d’Aquele que É.
Nesse nome, “estamos firmes e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (cf. Rm 5, 2).
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, a Deus que é, que era e que vem!
(São João Paulo II, Visita Pastoral a Grosseto, Homilia de 21 de maio de 1989)